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Um Ibirapuera para todos nós

por Talita Gonzalez
Parque Ibirapuera, por @monovolume

Parque Ibirapuera, por @monovolume

Há quase 61 anos, meu avós, Maria e Francisco, estavam na inauguração do Parque Ibirapuera. A data, que também homenageava o quarto centenário da cidade de S. Paulo com pequeno atraso de 7 meses, foi comemorada com apitos de fábricas e sinos de igrejas, de acordo com o jornal Folha da Manhã, em 21 de agosto de 1954. Além dos meus avós, milhares de pessoas prestigiaram a inauguração.

Ibirapuera significa “lugar que já foi mato” na língua tupi-guarani”, e vem de “ibira”, que quer dizer árvore, madeira e “puera”, que tem sentido de algo que foi, segundo Clóvis Chiaradia, autor do livro O “Dicionário de palavras brasileiras de origem indígena. Inclusive, por ser uma área úmida e alagada, Manuel Lopes de Oliveira, que era funcionário da prefeitura de S. Paulo na época, e hoje é homenageado com seu nome no viveiro de mudas Manequinho Lopes, começou o plantio de árvores nativas e exóticas naquela região em 1928 justamente para drenar o solo. A área, que foi transformada em parque, já teve aldeia indígena, chácaras, pastagens e barracos recebe, em média, por mês, 1,2 milhão de visitantes e produz 74 toneladas de lixo.

O parque é também bem frequentado por animais (e não, não são apenas os cães que vão passear com seus donos). Entre as 160 espécies de animais registradas, há pica-paus, cisnes, patos, garças, gambás, conhecidos também como saruê ou raposinhas, gatos, entre outros. Na flora, árvores como jaqueira, pau-brasil, seringueiras e eucaliptos são encontradas.

O Ibirapuera não é apenas uma das maiores e mais visitadas áreas verdes de São Paulo. Você sabia que o parque é um museu a céu aberto? Existem 50 obras de arte espalhadas pelo parque, como a aranha, versão da obra de Maman (“mamãe”, em francês) da francesa Louise Bourgeois, uma das mais influentes e importantes escultoras do século passado. A obra está exposta na Marquise desde 1997 e foi um grande sucesso durante a 23ª Bienal de Arte em São Paulo.

Quanto à arquitetura, o Ibirapuera abriga prédios como o Pavilhão Cicillo Matarazzo (atual Pavilhão da Bienal de São Paulo), o Museu de Arte Contemporânea, o Museu Afro Brasil, a Oca, a Marquise e o Auditório Ibirapuera. Além destes, há o Pavilhão Japonês, um agradável e calmo local dentro do Ibirapuera, construído com inspiração no Palácio Katsura, em Quioto, no Japão, e entregue pela colônia japonesa no quarto centenário de São Paulo, durante a inauguração do Parque.

O Ibirapuera tem música, arte, paz, cultura. Tudo para agradar a qualquer paulistano. E você? já foi descobrir um novo pedacinho do parque hoje?

 

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